Contra demissões e em socorro ao comércio, Acipa defende recomendações de saúde mas pede a prefeita flexibilidade no funcionamento das empresas a partir da próxima segunda-feira, dia 30
Entidade defende que as recomendações dos órgãos de saúde sejam seguidas rigorosamente, mas sem perder de vista a sobrevivência das empresas e dos pais e mães de famílias que nelas trabalham
A Associação Comercial e Industrial de Palmas (ACIPA) protocolou na manhã desta quinta-feira 26, um ofício endereçado à Prefeita de Palmas, Cinthia Ribeiro, solicitando que, a partir da próxima segunda-feira, dia 30, haja flexibilidade de funcionamento para alguns estabelecimentos comerciais da Capital neste momento de enfrentamento da pandemia provocada pelo coronavírus (COVID-19). O pedido, segundo o presidente da Associação, Joseph Madeira, acompanha as diretrizes já seguidas em outras localidades, a exemplo de Araguaína e Gurupi, onde algumas lojas podem abrir, com reforço nos cuidados e nas regras de prevenção.
Equilíbrio – Na elaboração do documento foi levada em conta a grande angústia vivida pelos empresários de Palmas nos últimos dias, diante do fechamento geral das empresas. “Estamos atendendo a um grande apelo feito pelos nossos empresários, porque a situação está ficando insustentável e precisamos que haja essa flexibilização, sob pena de uma crise de graves consequências para a nossa cidade e toda a população”, ressaltou o presidente da ACIPA. Para ele, é fundamental que haja equilíbrio e bom senso neste momento, de modo que as recomendações dos órgãos de saúde sejam seguidas rigorosamente, mas sem perder de vista a sobrevivência das empresas e dos pais e mães de famílias que precisam do trabalho, como condição básica de dignidade e sobrevivência.
Flexibilidade – De acordo com Madeira, não se trata apenas de uma questão econômica, mas de preservação do mínimo para pais e mães de família. “Temos lojas pequenas, empresas familiares, pessoas que dependem disso para sobreviver e que colaboram para o sustento de tantas outras famílias. Vamos obedecer ao decreto, redobraremos os cuidados de saúde, como o espaçamento recomendado entre os clientes, oferta gratuita de álcool em gel, reforço na limpeza e distribuição de informações sobre a covid-19, mas solicitamos uma flexibilidade para que não haja mais sofrimento”, disse.
Ele destaca que para formular este pedido à Prefeita, a ACIPA também levou em consideração a pesquisa da Câmara de Dirigentes Lojistas de Palmas (CDL), que aponta que 56,5% das empresas entrevistadas não têm condições financeiras de realizar o pagamento dos funcionários deste mês, como consequência das medidas de restrições por conta dos decretos municipais e estadual para prevenção ao novo coronavírus.
A pesquisa foi realizada entre segunda-feira, 23, e esta quarta-feira, 25. Ainda de acordo com a pesquisa, somente 23,7% afirmam que conseguirão arcar com a folha de pagamento dos funcionários neste mês e 19,9% ainda não sabem. Além disso, 60,2% das empresas pretendem demitir funcionários nos próximos dias, das quais 18,8% devem dispensar até 75% do quadro; 17,1% até 50%; 11,6% até 20%; 8,8% até 30% e outros 3,9% até 40% do quadro.
Entenda – No dia 14 de março, a Prefeitura Municipal de Palmas publicou o decreto municipal n° 1.856, declarando situação de emergência em saúde pública no município de Palmas e determinando o fechamento de bares, restaurantes, academias, shoppings e do comércio de forma geral.
Apoiamos a solicitação da Acipa, e estamos torcendo, pelo
bom senso da nossa Prefeita.